O “Programa na Mão Certa”, criado em 2010, é uma iniciativa do Instituto Childhood Brasil, fundado por S. M. Rainha Sílvia da Suécia, tem como principal objetivo conscientizar motoristas a se tornarem agentes protetores da infância nas rodovias brasileiras. A exploração sexual de menores já era objeto de estudo e debate do instituto antes do nascimento do “Programa Na Mão Certa”.
Em 2002, a Childhood Brasil identificou a vulnerabilidade das rodovias brasileiras, sujeitas a diversas violações de direitos humanos.A constatação foi possível a partir da realização da PESTRAF (Pesquisa Nacional sobre o Tráfico de Mulheres, Crianças e Adolescentes), em 2002, feita pelo CECRIA (Centro de Referência, Estudos, e Ações sobre Crianças e Adolescentes), e com o apoio da Childhood Brasil.A partir do estudo, foram encontradas 241 rotas utilizadas para o tráfico interno e internacional de pessoas para fins sexuais. Outra descoberta importante é o fato de que os caminhoneiros são usados como facilitadores deste tráfico, além de usuários da prostituição nas estradas.Em 2003, o Departamento de Polícia Rodoviária Federal começou a desenvolver atividades de repressão à exploração sexual de menores, como o mapeamento dos pontos vulneráveis à atividade nas rodovias federais.Com o assunto ganhando espaço no País, o instituto resolveu realizar uma pesquisa sobre o perfil do caminhoneiro no Brasil. A primeira edição do estudo, em 2005, identifica fatores importantes sobre a atividade, como o fato de que os motoristas não têm noção de que, ao aceitarem um programa, estão participando da rede de exploração sexual, e de que essa prática prejudica o desenvolvimento de crianças e adolescentes.A partir deste conhecimento, e com o objetivo de desenvolver as melhores maneiras de sensibilizar o motorista, nasce, em 2006 o “Programa Na Mão Certa”.
Uma das principais estratégias do programa é o Pacto Empresarial, que tem como finalidade envolver empresas, criando um canal de comunicação e engajamento com o setor. A iniciativa consiste em um termo de compromisso que as empresas assinam, assumindo perante a sociedade o comprometimento de empreender esforços para que em sua cadeia de valor não haja qualquer tipo de violação aos direitos humanos de crianças e adolescentes.A Copagaz, signatária do Pacto, considera o programa de suma importância para a empresa. Dentro das empresas, o projeto realiza programas de educação continuada para a formação e sensibilização do profissional, distribui guias de conscientização para os motoristas, entre outras campanhas. Segundo pesquisas da Polícia Rodoviária Federal, os Estados de Minas Gerais, Pará, Goiás e Mato Grosso somam 48% dos pontos de exploração sexual de crianças e adolescentes na extensa malha viária brasileira. O mapeamento da PRF mostra ainda que, entre 2011 e 2012, o Brasil tinha 1.776 pontos vulneráveis à prostituição infantil. Deste total, 691 são pontos críticos, 480 classificados como de alto risco, 349 de médio risco e 256 de baixo risco. O Nordeste tem o maior número de pontos críticos, mas, em números absolutos, o Centro-Oeste lidera. Os pontos vulneráveis são ambientes ou estabelecimentos às margens das rodovias ou próximos a elas, pátio de pernoite, bares, motéis, pontos de consumo de bebidas alcoólica e pontos de droga. Pobreza, miséria e drogas, em primeiro lugar, e falta de estrutura familiar, logo a seguir, são as principais causas da prostituição infantil, apontadas por caminhoneiros do Brasil em pesquisa encomendada pela Confederação Nacional de Transportes (CNT), agora lançada em livro.
Se você quer saber mais, entre no site www.namaocerta.org.br
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